Domaine Didon
A história de Domine Didon, nas palavras de David Didon:
Meu encontro com a agricultura biodinâmica aconteceu em 1995, durante uma especialização de 6 meses na L’école d’Agrobiologie de Beaujeu (a primeira escola do gênero na França). Foi uma experiência rica em relacionamentos e ainda agradeço ao destino por me permitir aproveitar essa imensa lufada de ar fresco!
Em seguida, fiz uma objeção de consciência (recusa ao cumprimento do serviço militar obrigatório) junto ao movimento de cultura biodinâmica. Pude trabalhar com criação de animais e horticultura em diversas fazendas na Alsácia. Após dois anos de uma vida nômade, rica em relações humanas e desafios agrícolas, fui trabalhar em uma vinícola orgânica na região de Côtes de Toul, Lorraine, onde fiz minhas primeiras experiências com vinhedos. Tratava-se do Domaine Michel Goujot, que fazia parte do movimento Nature et Progrès (um dos pioneiros da agricultura orgânica em sua região).
Em 2002, me mudei para Beaune, onde continuei trabalhando para complementar minha formação, e foi lá que conheci Naïma. Desde então nunca mais deixei a Borgonha.
No mesmo ano, fui contratado por Etienne De Montille para liderar o projeto de implementação de agricultura orgânica e biodinâmica no Chateau de Puligny-Montrachet. E lá fiquei por 20 anos.
Foi também com os amigos Julien Altaber e Dominique Derain que passei a me interessar por vinificações sem enxofre (ou em doses homeopáticas). Um caminho enigmático, elucidativo e desafiador.
O nascimento do Domaine Didon
Em 2017, Eu e Naïma assumimos a gestão de uma parcela contínua de 2ha, de encosta (não de planície), em Chassey-le-Camp, na Côte Chalonnaise. A pequena vila faz parte da AOC Bouzeron. Com exposição inteiramente voltada para o leste e solo argilo-calcário, o vinhedo fica em um lieu-dit chamado “Les Vignes Blanches”, reconhecido como um dos melhores terroirs da comuna.
A parcela reúne 3 variedades de uvas: Pinot Noir, Pinot Blanc e Aligoté. Trata-se de um vinhedo plantado entre 1947 e 1960, com seleção massal, por um chasséen chamado M. Jonnier, hoje com 95 anos. Foi plantado em um terreno que não havia conhecido videiras desde a crise da filoxera e a primeira guerra mundial (1914-1918). É o testemunho de métodos ancestrais de trabalho: aragem com cavalo, plantio de raízes longas, seleção de variedades locais. Sinto que é meu dever preservar este vinhedo e devolver a ele, através do cultivo e do vinho, o que ele merece expressar.
A superfície total é, na verdade, de 3,77 hectares e há também uma área adicional com espaço para mais plantações. Em 2019 e 2020, plantamos videiras de Chardonnay e no futuro, com todas as adições previstas, pretendemos ter 4,5 hectares de vinhedo produtivo.
Nossa abordagem
Para a vinificação, trabalhamos com cachos inteiros. Não desejamos macerações muito longas. Buscamos uma estrutura tânica suave e aveludada. Nossa prensagem é suave, utilizando uma prensa vertical antiga. Mantemos os vinhos sobre as borras e um cuidado especial é dado à trasfega para evitar a necessidade de filtração. Nossos élevages duram, em média, menos de 1 ano, exceto para nossos Bourgognes da propriedade (Cuvée Long), onde temos 20 meses de envelhecimento.
Nossa filosofia geral é trabalharmos duro no vinhedo de forma a intervimos pouco na adega. Será cada vez mais complicado (devido às mudanças climáticas) levar colheitas equilibradas à adega. Em termos de agronomia, teremos que ser cada vez mais precisos e atentos. As preparações biodinâmicas provavelmente nos ajudarão, e teremos que desenvolver nossa capacidade de escutar humildemente nossas parcelas, a fim de encontrar novas alternativas que permitam que as forças da vida continuem a florescer, apesar de um contexto ambiental degradado.
Vinhos com terroir, honrando tradições ancestrais em cada safra
A Cave Léman
Nosso objetivo é levar até você vinhos e cervejas de qualidade superior, de difícil acesso, a preços justos
© Copyright Cave Léman – 29.686.483/0001-01 – 2021. Todos os direitos reservados.